Os bebês de Rosetta

A Nebulosa da Rosetta é uma região de formação de estrelas já conhecida há muito tempo. Ela está a uns 5.000 anos-luz de distância e é composta por uma nuvem de gás capaz de formar (se tudo desse certo) uns 10.000 sóis. Essa nebulosa tem estrelas massivas e jovens (acima de 10 vezes a massa do Sol e com poucos milhões de anos de idade) e sabe-se que elas dispararam a formação de uma geração subsequente de estrelas.
As estrelas que surgem da ação dessa primeira leva estão ainda em processo de formação, ou seja, estão escondidas por densas nuvens de gás e poeira e não são vistas em imagens no óptico. Por outro lado, essas estrelas aquecem essas nuvens e elas reemitem a energia no infravermelho, tornado-as presas fáceis para os telescópios de infravermelho. O caçador da vez é o satélite Herschel, que promete revolucionar o modo como enxergamos o universo em comprimentos de onda bem longos. Desde julho de 2009, o Herschel está com seus instrumentos operacionais e coletando informações essencialmente sobre a poeira fria, desde 10 até 30 graus acima do zero absoluto! Como poeira e gás estão misturados no espaço, mapear um é mapear o outro. A última imagem enviada pelo Herschel mostra a Nebulosa da Rosetta como um emaranhado de poeira emitindo no infravermelho com algumas manchas brilhantes. Essas manchas são grandes concentrações de poeira que escondem as estrelas em formação. As primeiras estrelas formadas nessa região estão à direita na imagem, mas não podem ser vistas pois nesse comprimento de onda elas emitem pouco; as estrelas de alta massa concentram sua emissão no ultravioleta e raios X. A segunda geração de estrelas também é uma geração “da pesada”, com estrelas com várias dezenas de vezes a massa do Sol. Segundo Frederique Motte, que participu da pesquisa, é a primeira vez que estrelas tão jovens e massivas são observadas na Rosetta, pois as estrelas massivas são raras e as regiões onde elas se formam estão a, no mínimo, 3 mil anos-luz de distância. Apenas um instrumento tão sofisticado quanto o Herschel seria capaz disso. O estudo de regiões de formação de estrelas massivas é muito importante pois as teorias que tentam descrever os processos que resultam em uma estrela desse tipo ainda não são totalmente estabelecidos. Além disso, quando observamos outras galáxias, as evidências de haver formação de estrelas parte de regiões como essa. Entender as regiões de formação estelar significa entender melhor outras galáxias.
Fonte: G1

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