Telescópio mostra detalhes de berçário de estrelas

E para voltar, olha só o que o observatório Gemini andou aprontando. Esta é uma imagem da região de M42, a Nebulosa de Órion. Ela é o berçário de estrelas de alta massa mais próximo de nós, está uns 1.500 anos luz de distância e por isso ela é incessantemente estudada.
Esta imagem mostra em detalhes bolhas de gás que foram disparadas violentamente da região por causa da presença de estrelas de alta massa. Essas bolhas têm o tamanho da órbita de Plutão e estão a uma velocidade de 400 quilômetros por segundo (mais de mil vezes a velocidade do som). A “cauda” que as acompanham (também chamada de dedos) tem em torno de um ano luz de comprimento. Essas bolhas hipersônicas foram descobertas em 1983 e só em 1992 imagens obtidas no infravermelho mostraram que elas foram disparadas violentamente de dentro da nebulosa. Esta imagem, todavia, foi obtida recentemente pelo telescópio Gemini Norte com o uso de um instrumento especial chamado Altair. Este instrumento possui um canhão laser de alta potência que dispara um feixe na direção do alvo estudado (mas não exatamente em cima!). Este laser excita uma camada de gás sódio a uns 90 km de altitude que brilha como uma estrela artificial. Esta estrela é então imageada por sensores no telescópio que medem a distorção provocada pela atmosfera. Estas distorções são originárias da turbulência da alta atmosfera e deixam as imagens borradas. São compensadas em tempo real. Esta técnica chama-se óptica adaptativa e faz com que as imagens finais sejam tão boas (às vezes até melhores) que as imagens do Hubble, que está acima da atmosfera. As bolhas em Órion, aparecem como a parte azul na ponta dos “dedos”. Essa cor azul vem da emissão de ferro presente no gás e que foi aquecido a uns 5.000 graus Celsius pelo choque no impacto entre o gás ejetado e o meio interestelar. Já a coloração alaranjada nas bordas dos dedos vem das moléculas de hidrogênio que são aquecidas a 2.000 graus Celsius. Estas bolhas são relativamente jovens, devem ter menos de mil anos desde sua ejeção e ainda não têm uma explicação razoável de como elas foram criadas.
Fonte:G1

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