O Exoplaneta de Número 500 Está Prestes a Ser Descoberto

Menos de 20 anos depois da primeira descoberta de um planeta além daqueles conhecidos no Sistema Solar, os astrônomos estão prestes a atingir uma marca histórica, a descoberta do mundo alienígena de número 500. Até a última terça-feira, dia 12 de Outubro de 2010, estavam confirmadas a descoberta de 494 planetas extrasolares, com mais de 70 dessas descobertas feitas em 2010. Nessa taxa de descobrimento o exoplaneta de número 500 pode ser anunciado antes que termine o mês de Outubro, e isso acontecerá pouco depois da descoberta do primeiro planeta que potencialmente pode ser habitável.
“Onde nós estamos, eu espero que no final de Outubro atinjamos o planeta extrasolar de número 500 se as coisas continuarem caminhando dessa forma”, disse Jon Jenkins do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) Institute. Jekins é o analista chefe da missão que caça planetas extrasolares chamada Kepler da NASA.
Além disso o milésimo planeta poderia ser descoberto surpreendentemente breve também, à medida que a missão Kepler já selecionou centenas de candidatos e que necessitam de observações adicionais para que sejam confirmados. A maioria desses planetas extrasolares, ou exoplanetas como são conhecidos, foi descoberta usando duas estratégias distintas. Os astrônomos podem analisar o movimento de estrelas distantes, buscando por intrigantes efeitos gravitacionais gerados pelos planetas em órbita. Ou ele podem observar pequenas variações no brilho da estrela – evidência de que existe um planeta transitando-a ou passando em frente dela a partir do nosso ponto de vista.
Os astrônomos encontraram um mundo alienígena de forma definitiva em 1992, quando os pesquisadores liderados por Alex Wolszczan da Penn State detectaram dois planetas orbitando uma estrela de nêutrons ou pulsar, a aproximadamente 1000 anos-luz de distância da Terra. A confirmação da existência de um planeta circulando uma estrela localizada na seqüência principal não aconteceu até 1995.
Desde então, contudo, a descoberta de exoplanetas tem acontecido de forma acelerada, principalmente nos anos recentes devido ao aumento significativo do poder e da qualidade das técnicas utilizadas pelos caçadores de planetas. Essa tendência irá continuar, disse Jekins, à medida que os dados do Kepler começarem a ser integrado nessas pesquisas. A missão Kepler, por exemplo, confirmou e anunciou sete novos mundos até o momento. Mas a missão que busca planetas que transitam suas estrelas já identificou mais de 700 candidatos, ou seja, estrelas que podem ter mundos alienígenas.
Os pesquisadores estão seguindo as pistas mais promissoras tentando assim eliminar qualquer alarme falso. Eles estão checando os candidatos com instrumentos acoplados a observatórios na Terra bem como com o auxílio dos observatórios espaciais o Telescópio Espacial Hubble e o Telescópio Espacial Spitzer.
Quando esse trabalho estiver concluído número de exoplanetas conhecidos pode aumentar por algumas centenas e isso pode acontecer logo.
“É bem provável que muitos desses possam ser verificados no próximo ano”, disse Jekins.
O número de exoplanetas confirmados poderia se elevar ainda mais se algumas dessas estrelas pesquisadas hospedarem múltiplos planetas. As descobertas recentes sugerem que não é uma expectativa sem fundamento. Cinco planetas são conhecidos em órbita da estrela HD 10180, por exemplo, e no mínimo seis, incluindo o famoso Gliese 581g, circulam a estrela Gliese 581 há apenas 20 anos-luz da Terra.
“Atualmente nós temos a total convicção de que o nosso Sistema Solar não é uma exceção, e que sistemas planetários múltiplos é algo bem comum no universo”, confirma Jekins.
Outra importante marca poderia seguir a descoberta do exoplaneta de número 500 e não é numérica. Um grande momento que deve acontecer logo, diz Jekins, é a descoberta de um planeta possivelmente habitável que esteja transitando uma estrela, desse modo, com o trânsito do planeta seria possível realizar observações detalhadas.
O planeta rochoso do tamanho da Terra Gliese 581g aparentemente não transita a sua estrela como observado do nosso ponto de vista, e como resultado disso os astrônomos têm problemas em buscas sinais de vida nesse mundo, pelo menos por enquanto.
Quando um exoplaneta transita a sua estrela, a luz da estrela passa pela atmosfera do planeta (claro se o planeta possuir uma). Os astrônomos podem então analisar essa luz buscando por evidência de vida no ar do planeta, como uma significante quantidade de metano e oxigênio. Como exemplo, um planeta gigante gasoso conhecido como HD 209458b possui oxigênio, carbono e água.
Desse modo a descoberta de um planeta como a Terra, transitando a sua estrela hospedeira dentro da zona considerada habitável, ou seja, uma determinada distância que suporta a existência de água em estado líquido, ocasionaria uma festa no mundo dos caçadores de exoplanetas bem como um aquecimento muito grande nesse tipo de pesquisa. Segundo os especialistas isto está prestes a acontecer.

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