3552 Don Quixote... Pode Deixar o Nosso Ssitema Solar

Nesta impressão de artista, uma fina cintura de asteróides preenchida com rochas e detritos de poeira, orbitam uma estrela muito parecida ao nosso Sol.Crédito: NASA/JPL-Caltech
"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és..." Neste caso é o asteróide 3552 Don Quixote - um dos mais bem conhecidos asteróides que deambula perto da Terra. O seu nome pode ser bem famoso, mas sabia que pode ter origem cometária? Pode muito bem ser um dos cometas da família de Júpiter, à espera da sua vez para ser expulso do nosso próprio Sistema Solar. O asteróide 3552 Don Quixote foi descoberto por Paul Wild a 26 de Setembro de 1983, e fez recentemente parte de um estudo onde foi virtualmente clonado cem vezes em asteróides hipotéticos para melhor compreender a evolução orbital de corpos do seu género.

Normalmente assume-se que NEAs (Near Earth Asteroids) como o Don Quixote podem ter-se desenvolvido a partir de um corpo planetário entre Marte e Júpiter, onde tiveram uma formação violenta devido à gravidade do planeta. A partir daí os detritos rochosos assumiram posições nos pontos de libração - outros tornando-se asteróides Troianos e outros a Cintura de Asteróides Principal. No entanto, as teorias actuais apontam para evidências que corpos como 3552 possam ter sido pequenos aglomerados da nebulosa solar, incapazes de se formarem em algo maior devido à influência de Júpiter.

Tal como nos modelos passados, estes asteróides colidiram inúmeras vezes devido à perturbação planetária para se tornarem no que são hoje e para ficarem onde se encontram hoje.  "Os números, massas de protoplanetas e o tempo necessário para a criação de um protoplaneta dependem fortemente das condições iniciais do disco. A elasticidade da colisão não afecta significativamente o crescimento planetesimal ao longo do tempo. A maioria dos asteróides movem-se entre Marte e Júpiter e as colisões ocorrem frequentemente," afirma Suryadi Siregar. Estas destruições por colisão ocorrem tão amiúde durante a vida do Sistema Solar, que praticamente todos os asteróides que vemos hoje são fragmentos dos seus corpos originais.

 Alguns podem ser encontrados em zonas instáveis como os hiatos de Kirkwood, a partir do qual se tornaram nas fontes dos asteróides Apollo-Amor-Aten (AAAs). Este grupo é a referência principal na classificação dos NEA."  O que torna Don Quixote, bem... um pouco diferente? Neste caso o seu albedo e assinatura espectral. As suas características físicas não encaixam muito bem com o nosso conhecimento actual dos núcleos cometários, bem como a sua evolução orbital em comparação com o movimento do nosso Sistema Solar. Fisicamente é um asteróide, mas dinamicamente, é um cometa... Um corpo em busca de uma colisão a grande escala. Através do uso de modelos teóricos, o estudo descobriu que uma percentagem de clones do Quixote irá eventualmente juntar-se ao Sol, mas com um pouco de sorte, o asteróide 3552 pode escapar de um destino escaldante.

De acordo com o astrofísico planetário Suryadi Siregar: "O asteróide 3552 Don Quixote é um claro exemplo da complexidade do movimento que pode ser exibido por corpos puramente gravitacionais no Sistema Solar. Todos os planetas têm papéis fundamentais na evolução de 3552 Don Quixote. Este asteróide também serve como exemplo do comportamento caótico que pode fazer com que se movam para fora, até mesmo escapando do Sistema Solar."

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