Será Vesta o planeta terrestre mais pequeno

As cores falsas da imagem abaixo denotam topografia, onde indicam alturas que variam entre -22 km e +19 km por cima de uma elipsóide de referência.Crédito: NASA

A sonda Dawn da NASA passou os últimos quatro anos a viajar até Vesta - e pode ter descoberto um planeta. Tal como a Terra e os outros planetas terrestres, Vesta tem fluxos de lava basáltica à superfície e um grande núcleo de ferro. Tem também características tectónicas, cordilheiras, desfiladeiros, montes e uma montanha gigante. Vesta foi descoberto há mais de duzentos atrás e, até à chegada da Dawn, foi visto apenas como uma bola desfocada e considerado pouco mais que um grande corpo rochoso. Agora, os instrumentos da sonda estão a revelar a verdadeira e complexa natureza deste mundo antigo. "Vemos enormes montanhas, vales, montes, desfiladeiros, cordilheiras, crateras de todos os tamanhos e planícies," afirma Chris Russell, investigador principal da Dawn. "Vesta não é uma simples bola de rocha. Este é um mundo com uma rica história geoquímica. Tem uma grande história para contar!"  De facto, o asteróide é tão complexo que Russell e membros da equipa estão a apelidá-lo do "planeta terrestre mais pequeno."

Vesta tem um núcleo de ferro, nota Russell, e as suas características superficiais indicam que o asteróide é "diferente", tal como os planetas terrestres Terra, Mercúrio, Marte e Vénus. A diferenciação é o que acontece quando o interior de um planeta activo se torna quente o suficiente para derreter, separando os seus materiais em camadas. O material mais leve flutua para o topo enquanto os elementos mais pesados, tais como o ferro e níquel, afundam-se para o centro do planeta. Os investigadores acreditam que este processo também aconteceu em Vesta. A história começa há cerca de 4,57 mil milhões de anos atrás, quando os planetas do Sistema Solar começaram o seu processo de formação a partir da nebulosa solar primordial. À medida que Júpiter crescia, a sua poderosa gravidade agitou tanto o material na cintura de asteróides, que os objectos aí situados não conseguiram coalescer para formar outro planeta. Vesta estava no processo de crescer para um verdadeiro planeta quando o gigante gasoso o interrompeu.

Embora o crescimento de Vesta tenha parado, passou pela fase de diferenciação tal como um verdadeiro planeta. "Nós acreditamos que o Sistema Solar recebeu uma dose extra de alumínio e ferro radioactivos a partir de uma explosão de supernova vizinha ao mesmo tempo que Vesta se formava," explica Russell. "Estes materiais decaem e libertam calor. À medida que o asteróide recolhia material, também recolhia o calor no seu interior." Quando o núcleo de Vesta derreteu, os materiais mais leves subiram à superfície, formando vulcões, montanhas e fluxos de lava.  "Nós pensamos que Vesta já teve vulcões e fluxos de lava no passado, embora não tenhamos descoberto ainda nenhuns vulcões extintos," afirma Russell. "Ainda estamos à procura. As planícies de Vesta parecem semelhantes às da superfície do Hawaii, que é lava basáltica solidificada após subir até à superfície.  Vesta tem tanto em comum com os planetas terrestres, deverá ser formalmente reclassificado de "asteróide" para "planeta anão"? "Isso já é com a União Astronómica Internacional, mas pelo menos no seu interior, Vesta está a fazer tudo o que um planeta faz."
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/

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