Transição de Vênus pelo Sol ajudará a entender novos planetas

Astrofísico Adam Riess, vencedor do último Prêmio Nobel de Física, observou o fenômeno em Washington.Foto: Carla Ruas/Especial para Terra
A passagem do planeta Vênus entre o Sol e a Terra, visível nesta terça, dia 5, no hemisfério norte, é uma oportunidade única para cientistas aprenderem sobre planetas extra-solares recentemente descobertos. O fenômeno de alinhamento entre os corpos celestes, que durou cerca de 10 horas, possibilita que astrônomos testem métodos de observação de um planeta contra a luz de uma estrela. Desde o ano 2000, através do telescópio Kepler, foram descobertos pelo menos 2321 novos planetas na galáxia, que transitam em torno de estrelas semelhantes ao Sol. Mas, segundo o Nobel de Física Adam Riess, sabe-se muito pouco sobre as características físicas e químicas destes novos astros. "Se pudermos medir a densidade destes planetas poderemos, por exemplo, identificar se são sólidos ou gasosos", afirmou em entrevista ao Terra durante evento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Durante o período do fenômeno, o telescópio espacial Hubble mediu a quantidade de luz que passa ao redor de Vênus, o que ajudaria a identificar suas camadas e composição química. O telescópio, que estava na verdade voltado para a Lua, mediu a luz do Sol refletida.

"Apesar de sabermos quase tudo sobre Vênus, essas técnicas apuradas poderão ser aplicadas para entendermos estes novos astros", explicou Riess. Segundo o astrônomo e também professor da Johns Hopkins, Peter McCulloch, este aprimoramento será útil quando sondas espaciais mais avançadas forem lançadas para identificar novos planetas. "Quando mandarmos o telescópio TESS ao espaço, ele observará todo o céu, e não apenas uma parte, como faz o Kepler", declarou. Desta forma, milhares de outros planetas serão identificados, alguns possivelmente semelhantes à Terra. Na tarde desta terça, cientistas se juntaram à comunidade para celebrar a transição de Vênus pelo Sol na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos. Para a observação do planeta foi disponibilizado o telescópio do instituto de astronomia da universidade, de alta potência, assim como telescópios menores, que realizaram uma projeção da imagem em quadros brancos, para não prejudicar os olhos dos observadores. Também foram distribuídos óculos especiais para a observação direta do Sol. Este fenômeno só ocorre a cada 130 anos, mas sempre duplamente, num intervalo de oito anos. O primeiro a observar o trânsito de Vênus em frente ao Sol foi o astrônomo inglês Jeremiah Horrock, em 1639. Mas ele só viu a segunda passagem daquele período e passou a vida alertando a comunidade científica para estudar a ocorrência 130 anos depois.
Fonte: TERRA

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