Se pousamos em Europa, o que queremos saber?

Concepção artística mostra como deve ser a visão da superfície da lua Europa de Júpiter
 
A maior parte das coisas que os cientistas sabem da lua Europa de Júpiter vem da dezena de sobrevoos feitos pela sonda Voyager 2 da NASA em 1979 e da sonda Galileo na metade final dos anos 1990. Mesmo com poucos encontros, os cientistas conseguiram ver um mundo fraturado coberto com gelo, com tentadores sinais de um oceano de água limpa sob a superfície. Esse ambiente poderia potencialmente hospedar algum tipo de vida microbiana. Mas o que encontraríamos se fosse possível pousar na superfície de Europa e conduzir alguns experimentos ao longo das linhas de fraturas mais profundas? O que os cientistas perguntariam? Um novo estudo na revista Astrobiology com autoria da NASA aponta quais as principais questões que poderiam ser endereçadas pelos cientistas.
 
“Se um dia os humanos mandarem um módulo de pouso robô para a superfície de Europa, nós precisamos saber o que procurar e que ferramentas levar”, disse Robert Pappalardo, o principal autor do estudo, baseado no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, na Califórnia. “Ainda existem muitas preparações que são necessárias antes de pousarmos em Europa, mas estudos como esses nos ajudarão a focar em tecnologias necessárias para chegar até lá, e nos dados necessários para nos ajudar a identificar possíveis locais de pouso. Europa é o local mais provável no nosso Sistema Solar além da Terra para ter vida, e uma missão de pouso seria a melhor maneira para buscar por sinais de vida”.
 
O artigo tem como autores vários cientistas de muitos centros da NASA e de universidades, incluindo o Laboratório de Física Aplicada na Universidade de Johns Hopkins em Laurel, Md., Universidade do Colorado em Boulder; Universidade do Texas em Austin; e o Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbel, Md. A equipe encontrou as questões mais importantes com relação a composição, entre elas, do que se constitui as feições e fraturas avermelhadas que mancham a superfície congelada do satélite? Que tipo de química ocorre ali? Existem moléculas orgânicas, quais estão entre os blocos fundamentais da vida?
 
Prioridades adicionais envolvem melhorar nossas imagens de Europa – dar uma olhada ao redor nas feições em escala humana para fornecer um contexto das medidas composicionais. Também entre as prioridades principais estão questões relacionadas com a atividade geológica e com a presença de água líquida: quão ativa é a superfície? Qual o impacto da compressão gravitacional periódica provocada pelo seu hospedeiro planetário, o gigantesco Júpiter? Quais dessas detecções nos dirão algo sobre as características da água líquida abaixo da superfície congelada?
 
“Pousar na superfície de Europa seria um passo chave nas investigações astrobiológicas desse mundo”, disse Chris McKay, editor sênior da revista Astrobiology, que fica baseado no Ames Research Center da NASA em Moffett Field, Califórnia. “Esse artigo delimita a ciência que poderia ser feita por um módulo de pouso. A esperança seria encontrar nos materiais em superfície, possivelmente perto das fraturas biomarcadores trazidos da profundeza do oceano. Esse trabalho foi conduzido com os fundos de estudo de Europa do Science Mission Directorate da NASA em Washington, D.C. O JPL é uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Fonte: http://www.jpl.nasa.gov

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