Físicos encontram buracos negros em aglomerados globulares, desafiando teoria de 40 anos

Um dos buracos negros foi descoberto no aglomerado M62, que está  a 23.000 anos-luz de distância da Terra. Estes aglomerados estelares contêm algumas das estrelas mais antigas na galáxia.

Um astrofísico da Universidade de Tecnologia do Texas é parte de uma equipe de pesquisadores que descobriu os primeiros exemplos de buracos negros em aglomerados globulares na nossa própria galáxia, desafiando uma teoria de 40 anos que era contra sua possível existência. A equipe utilizou um conjunto de radiotelescópios para capturar um certo tipo de frequência de rádio emitida por esses buracos negros conforme eles devoram uma estrela. Aglomerados globulares são grandes agrupamentos de estrelas pensados ​​para conter algumas das estrelas mais antigas do universo. Esses aglomerados globulares podem ter um milhão de dezenas de milhões de estrelas, disse Tom Maccarone, professor associado de física.
 
“As estrelas podem se colidir uma com as outras nesse ambiente caótico”, disse Maccarone. “A velha teoria prevê que a interação entre as estrelas expulsa quaisquer buracos negros que eventualmente podem se formar. Elas interagiriam uma com as outras arremessando os buracos negros para fora do aglomerado. Embora a teoria ainda possa ser invalidada, Maccarone disse que ela ainda pode ser um pouco verdadeira. Os buracos negros ainda podem ser chutados para fora de aglomerados globulares, mas a um ritmo muito mais lento do que inicialmente se acreditava.
 
Em 2007, Maccarone fez a primeira descoberta de um buraco negro em um aglomerado globular na galáxia vizinha NGC4472. Mas ao invés de encontrá-lo por meio de ondas de rádio, o físico o viu através de uma emissão de raios-X a partir do gás caindo no buraco negro e sendo aquecido a milhões de graus. Há seis anos eu tinha feito as primeiras descobertas em outras galáxias”, disse ele. “É surpreendentemente mais fácil encontrá-los em outras galáxias do que em nossa própria, mesmo que estejam mil vezes mais distantes de nós. Agora, ele e sua equipe descobriram dois exemplos de aglomerados globulares em nossa própria galáxia, que hospedam buracos negros. Esses monstros cósmicos, capazes devorar qualquer coisa que se aproxima dele, foram encontrados através de emissões de rádio, usando o Very Large Array, no Novo México.
 
“Conforme o buraco negro come uma estrela, jatos de material são emitidos”, disse ele. “A maior parte do material que cai no buraco negro é devolvida através de colossal jato, que pode ser visto em ondas de rádio. Os físicos acreditam inclusive que buracos negros podem se fundir em aglomerados globulares, formando um buraco negro maior. Essa fusão poderia produzir ondulações no espaço-tempo, que os físicos chamam de “ondas gravitacionais’. Detectar ondas gravitacionais é uma tarefa que tem se mostrado extremamente difícil, mas encontrá-las seria a principal prova de que a teoria da relatividade de Einstein está correta.

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