Sonda Dawn começa aproximação ao planeta anão Ceres


Impressão de artista que mostra a sonda Dawn da NASA a chegar ao planeta anão Ceres. Crédito: NASA/JPL-Caltech

A sonda Dawn da NASA entrou na fase de aproximação durante a qual continuará a dirigir-se para Ceres, um planeta anão nunca antes visitado por uma nave interplanetária. A Dawn foi lançada em 2007 e está programada para entrar em órbita de Ceres em março de 2015. A Dawn emergiu recentemente de conjunção solar, quando a sonda está no lado oposto do Sol, limitando a comunicação com antenas na Terra. Agora que a Dawn pode novamente comunicar de forma confiável com a Terra, os controladores da missão programaram as manobras necessárias para a próxima fase do encontro, a que chamaram de fase de aproximação a Ceres. A Dawn está atualmente a 640.000 quilómetros de Ceres, viajando a mais ou menos 725 km/h.

A chegada da Dawn a Ceres marcará a primeira vez que uma sonda orbita dois alvos do Sistema Solar. Anteriormente, visitou o protoplaneta Vesta durante 14 meses, entre 2011 e 2012, capturando imagens detalhadas e dados sobre esse corpo. Ceres é quase um completo mistério para nós," afirma Christopher Russell, investigador principal da missão Dawn, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, EUA. "Ceres, ao contrário de Vesta, não tem relação com meteoritos para ajudar a revelar os seus segredos. Tudo o que podemos prever com confiança é que nos vai surpreender."

Pensa-se que os dois corpos planetários são diferentes em alguns aspetos importantes. Ceres pode ter-se formado mais tarde que Vesta e com um interior mais frio. As evidências atuais sugerem que Vesta manteve apenas uma pequena quantidade de água porque formou-se antes, quando o material radioativo era mais abundante, o que teria produzido mais calor. Ceres, em contraste, tem um espesso manto de gelo e pode até ter um oceano sob a sua crosta gelada. Ceres, com um diâmetro médio de 950 km, é também o maior corpo na cintura de asteroides, entre Marte e Júpiter. Em comparação, Vesta tem um diâmetro médio de 525 km e é o segundo maior corpo da cintura principal.

A nave espacial usa propulsão a iões para atravessar o espaço de modo muito mais eficiente do que a propulsão química. Num motor de propulsão iónica, uma carga elétrica é aplicada ao gás xénon, e grelhas de metal carregado aceleram as partículas de xénon para fora do propulsor. Estas partículas empurram o propulsor para trás quando saem, criando uma força de reação que impulsiona a nave espacial. A Dawn completou cinco anos de impulso acumulado, muito mais do que qualquer outra nave espacial.

"Orbitar Vesta e Ceres seria verdadeiramente impossível com propulsão convencional. Graças à propulsão iónica, estamos prestes a fazer história como a primeira sonda a orbitar dois mundos alienígenas inexplorados," afirma Marc Rayman, engenheiro-chefe e diretor da missão Dawn, no JPL da NASA em Pasadena, no estado americano da Califórnia.Os próximos meses prometem melhorar continuamente as vistas de Ceres, antes da chegada da Dawn. No final de janeiro, as imagens e outros dados da sonda serão os melhores já obtidos do planeta anão.
Fonte: Astronomia Online - Portugal

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