O telescópio Kepler não sabe a hora de desistir: já encontrou mais de mil exoplanetas

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O telescópio Kepler é uma das provas que a humanidade não desiste fácil. Lançado em 2009 com a missão de examinar 145.000 estrelas semelhantes ao nosso sol na galáxia, Kepler queria descobrir boas candidatas a ter exoplanetas em torno delas. O telescópio foi colocado em órbita do sol e começou sua tarefa, mas um desastre aconteceu: duas de suas rodas de reação, equipamento usado para estabilizá-lo, quebraram. Sem as rodas, o telescópio não tem como ser orientado no espaço – não há como fazer “pontaria. A missão original do Kepler – examinar estrelas na direção da constelação do Cisne – estava assim comprometida, mas uma nova missão foi criada usando o que sobrou funcionando no telescópio. Ela agora utilizaria a pressão da radiação solar como uma terceira “roda de reação”, e não ficaria restrito a apenas uma região do espaço.

As duas missões, a original e a que a sucedeu, têm sido um sucesso. Ao examinar o brilho de estrelas, o telescópio Kepler procura por variações resultantes do trânsito de um planeta à frente dela. Com isto, o telescópio examina candidatas a exoplanetas e confirma ou descarta a existência deles. Com a descoberta de HIP 116454b, uma Super Terra em órbita próxima de sua estrela, a segunda missão do telescópio teve uma nova vida. E com a virada do ano, veio a marca incrível: Kepler confirmou a existência de 1.004 exoplanetas, e ainda tem mais 3171 candidatos a exoplanetas a confirmar. Mas mais que encontrar esses exoplanetas, o Kepler também permite determinar se sua órbita está na chamada zona “cachinhos dourados”, onde a temperatura dos planetas não é nem muito quente, nem muito fria para permitir a existência de água líquida em sua superfície.

Além da distância que o planeta orbita sua estrela, outras características podem ser descobertas, como seu tamanho aproximado, se é um gigante gasoso ou um planeta terrestre parecido com o nosso, por exemplo. E aí vem a segunda surpresa: destes mil e tantos planetas, já foram descobertos oito que são muito parecidos com a Terra. Os planetas rochosos são Kepler-186f, Kepler-62e, Kepler-62f, Kepler-296e, Kepler-296f, Kepler-438b, Kepler-442b e Kepler-440b. Lembrando que, quando dois planetas tem o mesmo nome e variam apenas a última letra, como Kepler-62e e Kepler-62f, eles orbitam a mesma estrela, no caso Kepler-62. Destes oito planetas, dois são maiores que a Terra e orbitam estrelas pequenas e mais frias que o sol. Todos são potencialmente habitáveis, já que estão na distância certa de seus astros, mas o foco é na palavra “potencialmente” – não há certeza sobre nada. E, com a tecnologia atual, não o visitaremos tão cedo para tirar a prova.
Fonte: io9, Forbes

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