Hubble encontra fantasmas de Quasares


As galáxias em destaque na imagem são, da esquerda para a direita na linha superior: o "Bule de Chá" (conhecida formalmente como 2MASX J14302986+1339117), NGC 5972, 2MASX J15100402+0740370 e UGC 7342, e (da esquerda para a direita na linha inferior) NGC 5252, Mrk 1498, UGC 11185 e 2MASX J22014163+1151237. Crédito: NASA, ESA, Equipa Galaxy Zoo e W. Keel (Universidade do Alabama, EUA)

Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA capturou um conjunto de imagens enigmáticas de quasares "fantasma" - objetos verdes e etéreos que assinalam os túmulos destes astros que despertaram para a vida e que depois desapareceram. As oito estruturas invulgares orbitam as suas galáxias hospedeiras e brilham com tons esverdeados. Fornecem novas informações sobre o passado turbulento destas galáxias. Os fios etéreos nestas imagens foram iluminados, talvez por pouco tempo, por uma explosão de radiação oriunda de um quasar - uma região compacta e muito luminosa que rodeia um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia.

O material galáctico cai em direção ao buraco negro central, crescendo cada vez mais quente, formando um quasar brilhante com jatos poderosos de partículas e irradiando energia acima e abaixo do disco de matéria em queda. Em cada destas oito imagens o feixe de um quasar fez com que filamentos no espaço profundo, de outra maneira invisíveis, brilhassem através de um processo chamado fotoionização. O oxigénio, hélio, nitrogénio enxofre e néon nos filamentos absorvem luz do quasar e reemitem-na lentamente ao longo de muitos milhares de anos. O seu tom esmeralda é provocado pelo oxigénio ionizado, que brilha em cor verde. Estas estruturas fantasmagóricas estão tão longe do coração da galáxia que a luz do quasar teria demorado centenas de milhares de anos até lá chegar e iluminá-las.

Assim, embora os próprios quasares estejam desligados, as nuvens verdes vão continuar a brilhar por muito mais tempo até que, também, desvaneçam. Os filamentos verdes não só estão longe do núcleo das suas galáxias-mãe, como também têm um tamanho imenso, abrangendo dezenas de milhares de anos-luz. Pensa-se que sejam caudas longas de gás formadas durante uma fusão violenta entre galáxias no passado - este evento teria provocado grandes forças gravitacionais que rasgariam os participantes galácticos. Apesar do seu passado turbulento, estes filamentos fantasmagóricos estão agora calmamente a orbitar dentro ou em torno das suas galáxias hospedeiras. Estas imagens do Hubble mostram correntes de gás brilhante, trançado e com nós, em alguns casos ligados a faixas torcidas de poeira escura.

As fusões galácticas não alteram apenas a forma das galáxias envolvidas e anteriormente serenas; também desencadeiam fenómenos cósmicos extremos. Uma tal fusão pode provocar o nascimento de um quasar ao derramar material nos buracos negros supermassivos das galáxias. O primeiro objeto deste tipo foi descoberto em 2007 pela professora holandesa Hanny van Arkel. Ela descobriu a estrutura fantasmagórica no projeto online "Galaxy Zoo", um projeto que conta com a ajuda do público para classificar mais de um milhão de galáxias catalogadas no SDSS (Sloan Digital Sky Survey).

A característica bizarra foi apelidada de "Hanny’s Voorwerp" (holandês para Objeto de Hanny). Estes objetos foram descobertos num derivado do projeto Galaxy Zoo, no qual cerca de 200 voluntários examinaram mais de 16.000 imagens de galáxias do SDSS para identificar as melhores candidatas para a existência de nuvens parecidas a Hanny's Voorwerp. Uma equipa de investigadores analisou e encontrou um total de 20 galáxias que tinha gás ionizado por quasares. Os seus resultados aparecem num artigo da revista The Astronomical Journal.
Fonte: Astronomia Online


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